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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Extensão

“…para amar queria a terra toda, para morrer bastam-me os flancos do silêncio”
Eugénio de Andrade, “Seja isto dito assim” (Memória doutro rio)

para navegar
toda a água é oceano
e o astrolábio é navio
para cantar todo o corpo
é peito e fornalha na voz

se quero rir tiro a máscara antiga
se quero sonhar estendo o coração
para lá das ruínas

para morrer tão pouco me basta
que os olhos se calem sobre o teu flanco

para te amar uma ilha é ainda pouco
só me chega a terra toda

Rui Miguel Duarte
09/10/11

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