.

domingo, 12 de junho de 2011

onde irei eu


ainda que a rosa
floresça no meu peito
e os espinhos corram no meu sangue
serei um veio que ecoa no riacho

tentei até aqui guardar os teus olhos
num jacto de chamas
reluzentes e selvagens
que giram em torno da terra

como um navio em alto mar
em que a suficiência dos seus segundos
e as marés que desbrava
são os faróis que o iluminam

onde irei eu sem ser convidada
se as estrelas traçam um fosco brilho
sombrio que geme ao redor dos medos
cobrindo o leito da madrugada rindo-se dos próprios fins

como uma ferida que dói
e arde e cura e fica para memória
onde irei eu se o tempo já escurece
e o dó é menor lá no horizonte do transcendente

certamente ficarei pelo impulso vivo da minha mão
segura em ti, que não me cobras o céu


(NAF)
10/06/11

Sem comentários: