
"Vamos ressuscitados, colher flores!"
Miguel Torga, in “Convite”
Madrugada
primeiro dia do sábado
dia de resgatar o jardim
de revelar as pérolas
de dentro do mundo da concha
dia de colheres flores,
Maria Madalena,
e de anunciares aos irmãos,
ainda dormentes
nos seios da noite
que deixem de indagar
o estridor do oceano
no pavilhão dos búzios
e céleres acorram à cripta
que despojada está da sua missão
de para sempre dissimular à vista
a carne rubra da rosa
pois a esperança foi finalmente
engrinaldada
diz-lhes que a pedra se moveu
e a sepultura deu rediviva
o que não tinha cadeias para agrilhoar
leva-lhes esta flor
em que a seiva livre de novo corre
diz-lhes que é perene
o seu perfume que à sua cor
até o sol e a lua murcham
diz aos irmãos, a Pedro a João
e aos demais
que o Mestre vive
Miguel Torga, in “Convite”
Madrugada
primeiro dia do sábado
dia de resgatar o jardim
de revelar as pérolas
de dentro do mundo da concha
dia de colheres flores,
Maria Madalena,
e de anunciares aos irmãos,
ainda dormentes
nos seios da noite
que deixem de indagar
o estridor do oceano
no pavilhão dos búzios
e céleres acorram à cripta
que despojada está da sua missão
de para sempre dissimular à vista
a carne rubra da rosa
pois a esperança foi finalmente
engrinaldada
diz-lhes que a pedra se moveu
e a sepultura deu rediviva
o que não tinha cadeias para agrilhoar
leva-lhes esta flor
em que a seiva livre de novo corre
diz-lhes que é perene
o seu perfume que à sua cor
até o sol e a lua murcham
diz aos irmãos, a Pedro a João
e aos demais
que o Mestre vive
Rui Miguel Duarte
25/03/10
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