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sábado, 7 de janeiro de 2012

Que tempo




Que estranho fenómeno é este
que num momento chegamos ao fim,
para logo a seguir começar outra vez?

Que dias são esses que passam
e correm acelerados,
que levam com eles a vida
arrastam a nossa história
e deixam memórias guardadas
arrumadas,
sem que se possa esquecer?

Que intensidade é esta
que nos faz transbordar de emoção
não pelos grandes eventos
que vem com os dias que correm
mas pelo quotidiano
repleto de risos, comidinhas caseiras
sonhos e muita brincadeira?

Que lágrimas são essas que rolam
enquanto o tempo passa correndo
e nem se quer pára
e repara que ele é preciso,
para apagar a dor
e arrumar lembranças
de gente que se foi,
dos sonhos de criança
e então correr outra vez?

Que sabedoria é esta
que enche a nossa vida de encanto,
acalanto para alma cansada
e que nos faz gerar
e driblar o tempo
e nos perpetuar...?

Que tempo é este
que pensa mandar nos dias,
mas não conhece o Eterno
e nem desconfia
que enquanto passa apressado,
acelerado
não tem autonomia,
segue cansado
de tanta fadiga
e nem vê que na verdade
“tem muito mais olhos
do que o tamanho
da sua barriga...” *


Arlete Castro
30.12.2011



* alusão ao título de Susana Felix

“Feliz 2012”



Findou mais um ano,
Entre medidas de austeridade.
Levantámos o peso, caiu o pano.
Interiorizámos maior humildade,
Ziguezagueando com habilidade.

Desejo que o próximo seja mais justo,
Onde cada luta traga uma vitória.
Investimentos de grande custo,
Sobrevalorizem para futura memória.

Mais sacrifícios são esperados,
Intrigas políticas e sociais,
Lobbies e outros que tais…

E tudo isto vamos ultrapassar.

Deus vos abençoe grandemente,
Onde estiverem, todos os momentos.
Zarparemos contra as marés de frente,
Elevar-nos-emos sobre os quatro ventos.



31-Dez-2011
Mário Baleizão Jr